segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Discípulos do Funk

É muito comum ouvir funk aqui na comunidade, especialmente aos finais de semana. É algo que, de certa forma, você acaba acostumando. Funk é a música das comunidades carentes, pelo menos na região Sudeste. Tem algumas letras que são até bonitas, falando sobre liberdade, contando sobre a vida sofrida dos moradores da comunidade, histórias de amor e etc. Mas a maioria das letras é de teor sexual, usando palavras de baixo calão, geralmente desrespeitando a mulher, se referindo a ela como apenas um objeto sexual e apresentando o homem como sendo alguém sem caráter nenhum, não de forma ruim, mas como um exemplo a ser seguido.
Durante muito tempo o que eu tinha contra o funk era me incomodar nos meus dias de descanso e o insulto às mulheres com suas letras horríveis, mas agora que voltei a trabalhar diretamente com crianças ví uma realidade assustadora: "Os Discípulos do Funk".
Parece até uma coisa óbvia que as crianças também tenham ascesso à esse tipo de música, pois muitas vezes as pessoas colocam grandes caixas de som na rua tocando funk a todo volume, com as letras mais horríveis que você imaginar. Mas eu nunca havia pensado na influência que isso tem na vida das crianças. Confesso que fiquei chocada ao me deparar com a realidade. Meninas de 9 anos de idade falando sobre sexo como se fosse uma brincadeira de criança. Digo mais, não apenas falando de sexo, mas tratando o sexo como uma coisa casual e sem valor nenhum.
Sei do valor e da beleza desse ato entre marido e mulher. Sei que é algo especial com o qual Deus nos presenteou e que isso deve ser valorizado e respeitado. Mas fico muito triste ao ver isso sendo ridicularizado e menosprezado dessa forma.
Em primeiro lugar crianças não deveriam conversar sobre sexo. Deveriam sim, ser ensinadas conforme a sua idade, de acordo com aquilo que elas conseguem assimilar. Mas o que vejo hoje? Crianças falando sobre sexo abertamente, dançando de forma sensual e cantando letras como: "Taca isso não sei aonde..." , "mostra o seu não sei o que ...", "você é uma cachorra...". "Quer casar pede pra ele, quer prazer pede pra mim...", "Eu quero é as novinhas..." e por aí vai numa sequência degradante.
Certo dia, uma das missionárias que trabalha aqui na Luzeiro disse que viu uma menina de aproximadamente 5 anos de idade dançando funk em frente a um bar, com um short super curto rebolando até o chão. Ela também contou que ouviu certas meninas falando que gostam de dançar sensualmente na frente dos meninos e que sim, elas gostam de ser suas "cachorras".
Sem contar a infinidade de palavrões que pequenas crianças aprendem. Talvez coisas que nem fazem idéia do que seja, ou pior, talvez saibam mesmo do que se trata. Eu fiquei impressionada ao ouvir as coisas que as crianças andam falando ultimamente. Palavrões que me deixam envergonhada de ouvir. Estranhamente a maior ocorrência de palavrões acontece entre meninas. Inclusive alguns meninos de um grupo daqui da Luzeiro falaram sobre algumas meninas: "Nossa, essas meninas nem parecem mulher" Ficaram escandalizados ao ouvir a conversa delas, recheada de palavras de baixo calão.
Eu quero chamar a sua atenção para essa realidade que tem tirado o meu sono. O que faremos a respeito disso? Fico me perguntando que tipo de adultos essas crianças se tornarão? Homens achando que é bonito não ter caráter nenhum e mulheres sem o mínimo de respeito por si mesmas? Que influência temos na vida delas? Acredito que hoje o funk tenha muito mais influência na vida dessas crianças, do que nós cristãos. Eu sei, parece muito pessimista, mas é o que eu vejo. O que fazer em uma situação dessas? Me pergunto isso todos os dias.
Não posso finalizar esse texto com uma reposta, pois não a possuo. Apenas peço a sua atenção para este assunto. Peço também suas orações em relação a isso, pedindo sabedoria para lidarmos com esse problema. Queremos formar adultos saudáveis, com uma opinião pura e bíblica sobre sexo. Queremos formar homens que respeitem as mulheres e se oponham contra a falta de caráter. Queremos mulheres que respeitarão a si mesmas e não vejam seu corpo e o sexo como objetos para conseguirem atenção e afeto. Queremos preservar a inocência das crianças. Então, o que faremos? Qual será nossa resposta?

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