sexta-feira, 4 de março de 2011

Gratidão a minha mãe




Incrível como pequenas coisas nos remetem para nossa infância. Hoje de manhã estava dentro do ônibus, observando a chuva cair fortemente e lembrei de um momento em particular da minha infância. Sabe quando chove bem forte e o pingo de chuva cai numa poça dágua formando um desenho com o splash? Bem, quando eu era criança e estava chovendo eu tinha que ficar dentro de casa. E você sabe como para uma criança é difícil ficar trancada dentro de casa em dia de chuva. Então minha mãe falou para eu ficar observando os pingos de chuva caindo numa poça, pois eles formariam pequenos "copos"de água. Hoje, dentro daquele ônibus eu tive aquela mesma sensação de conforto, de bem estar que eu tinha quando minha mãe ficava perto de mim e observava a chuva comigo. Eu nem lembro que idade tinha naquela época, mas era bem pequena.



Fiquei pensando em minha mãe e na forma como ela criou a mim e a minhas irmãs. Ela foi uma boa mãe. Não vou dizer que tudo o que ela fez foi perfeito, mas ela nos educou muito bem. Ela era bem rígida, dava palmadas (devo dizer "havaianadas"pois ela sempre nos batia com uma havaiana) no bumbum quando era preciso, nos obrigava a fazer coisas que tínhamos que fazer mas fazíamos birra, nos ajudava nas grandes e pequenas dificuldades enfim, foi mãe em todos os sentidos. Quando ela nos deixou para ir morar com o Senhor numa manhã fria de maio, ela deixou 2 filhas adolescentes e uma criança prontas para enfrentar o mundo. Claro que naquele momento não sabíamos ainda como seria nosso futuro, mas o que ela nos ensinou nos deu uma base para tudo o que viria depois. Eu acredito que minhas irmãs e eu sobrevivemos a tudo o que se passou depois da morte da minha mãe devido a 2 fatores: a força que Deus nos deu e a educação que a nossa mãe nos deu. Confesso que até hoje, tudo o que aprendi com ela em 16 anos, serve de base para minha vida.
E sabe de uma coisa? Não tenho trauma nenhum das palmadas que levei, das vezes que fiquei de castigo e das vezes que recebi um NÃO dela. Sou MUITO grata a ela, pela mãe que ela foi. Se não fosse por ela, eu não teria conseguido ficar sem ela, depois da sua morte.

Hoje, ouvi uma história de uma menino que foi repreendio pela avó. Alguns minutos depois, ela foi pegar alguma coisa fora de casa e o seu querido netinho de 6 anos de idade trancou-a para fora de casa. A mãe do menino tentou falar com ele pelo telefone e ele batia o telefone na cara dela. A única coisa que fez o menino abrir a porta para a avó, foi a mãe dele chantageá-lo, dizendo que iria contar para a professora dele na escola.

Ainda outra história que ouvi foi sobre um menino que estava fazendo mal criações dentro de um taxi e a mãe deu um beliscão nele. Então o menino disse: Não me belisque mais senão eu chamo a polícia para você!

Eu me pergunto onde vamos parar? Que tipo de adultos nossas crianças se tornarão? Eu não sou a favor de espancar crianças, nem de trabalho infantil. Mas creio que as crianças hoje estão precisando de uma "mão firme". Não vejo mal algum em tirar favores, deixar um pouco no quarto de castigo pensando no que fez, e se preciso for, dar algumas palmadas de vez em quando.

As crianças de hoje precisam saber quem é a autoridade em casa, precisam saber seus limites e que elas não são as rainhas e reis da casa. Certa vez eu assisti uma aula sobre disciplina e o professor disse uma frase que me impactou:"A criança que não é disciplinada, não se sente amada." Disciplina também é sinal de amor.



E mais uma vez quero expressar aqui minha gratidão a minha querida mãe, que com seu jeito rígido, amoroso e meio maluco, ela formou três mulheres com caráter, batalhadoras e que sobreviveram ao temporal. E mais do que tudo, serão gratas a ela até o final da vida.
Valeu mâma!

2 reações:

Pérola disse...

Que lindo Kelly! Me emocionei com você e concordo com o que disse sobre das umas palmadas de vez em quando...
Bj.

kelly van den Brink disse...

Obrigada Pérola! Bjim procê!