domingo, 3 de julho de 2011

5 anos de BH. E que venham mais 50!!!!

Ontem fez 5 anos que cheguei na rodoviária de Belo Horizonte. Com 4 malas cheias de blusas de lã e cobertores e um pedaço de papel contendo um número de telefone. Minha única direção nessa cidade tão grande. Não fazia nem idéia de qual direção tomar. Tinha certeza apenas de uma: Deus havia falado comigo para vir para Belo Horizonte.
Quando liguei para cá, alguém (a Vanda) me falou que aqui estava MUITO frio e era preciso trazer muitas blusas e cobertas. "Bem", pensei eu, "se está tão frio quanto aqui no Paraná, então levarei o que estou usando aqui no momento: Dois edredons e um cobertor". Era final de junho e na minha cidade fazia 5 graus. Aprendi rapidinho que frio de mineiro é 14, 20 graus. Nunca cheguei a usar todas as minhas cobertas e blusas...
Saí da rodoviária de Curitiba exatamente no dia que o Brasil saiu da copa de 2006. Estava muito frio, escuro e garoando. Meu coração se quebrou ao me despedir das minhas irmãs. Na verdade ainda dói quando penso nelas tão longe. Entrei no ônibus aos prantos, já com saudade das minhas irmãs e sentindo o desconforto de sair do mundinho que eu conhecia. Minha família, minha casa, minha igreja, meus amigos, minha cidade... tudo ficou para trás e eu indo em busca de uma palavra de Deus: Vá para Belo Horizonte.
Dentro do ônibus encontrei um rapaz de Santa Catarina que estava indo para o mesmo destino que eu: Fazer ETED na casa Luzeiro! Esse mesmo rapaz acabou sendo meu padrinho de casamento 1 ano e meio depois.
Ao chegar em BH usei o número de telefone do pedaço de papel e logo vieram nos buscar. Eu ainda cheia de blusas dos 2 ou 3 graus de Curitiba, tive meu primeiro encontro com o calor e a hospitalidade mineira. Dentro de uma kombi velha, pela primeira vez na minha vida, vi uma favela. Morri de medo ao subir o morro pela primeira vez. Não por ser uma favela, mas porque não tinha certeza se a Kombi velha conseguiria subir um morro daquele tamanho. Na primeira noite em que passei aqui chorei. Chorei como uma criança. Sentia medo. Na verdade estava apavorada! Tão longe de casa... e se tudo havia sido um engano? Será que ouvi mesmo a voz de Deus? Passei horas fazendo planos de como voltaria para casa no dia seguinte, como devolveria o dinheiro das pessoas que haviam acreditado em mim, o que falaria para as pessoas ao contar que falhei, que não consegui nem começar. Mas no dia seguinte estava pronta para o primeiro dia de aula da ETED (Escola de Treinamento e Discipulado). Tão machucada, tão assustada, tão sem saber nada, tão pequena. Mal sabia eu que aquele lindo tradutor, loiro, olhos azuis, alto e de nome estranho seria meu marido em pouco mais de um ano e meio; que aquela casa grande e cheia de escadas seria minha nova casa e que aquela comunidade imensa seria minha paixão.
Pois é, 5 anos se passaram e MUITA coisa aconteceu. Conheci o amor da minha vida, casei, encontrei razão para minha vida, encontrei um trabalho apaixonante, encontrei minha casa, meu lugar, aprendi muita coisa, fiz grandes e inesquecíveis amigos e sei que muito mais ainda está por vir. A única parte que falta e que sempre faltará para minha alegria ser completa é ter minhas irmãs pertinho de mim. Mas a vida é assim mesmo...
Foi um salto no escuro. Apenas ouvi a voz Dele e obedeci. Mas definitivamente foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida! Sou muito grata a Deus por tudo o que Ele me deu e fez por mim. 5 anos são apenas o começo... e que venham mais 50 anos!!!

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