domingo, 13 de novembro de 2011

Meu reencontro com a Nicoli

Uma das coisas que ainda é difícil para mim, em relação à vida missionária, é ficar longe da família. É claro que é um privilégio poder vê-los uma vez por ano, mas tantas coisas acontecem em um ano! Quantas coisas a gente perde! Tantos momentos importantes que não estamos presentes!
Quando viemos visitar minha família no ano passado, conheci minha sobrinha Nicoli, que tinha apenas 8 dias de vida. É claro, me apaixonei por ela! Tirei muitas fotos, carreguei ela no colo muitas vezes e a amei desde o primeiro momento como uma parte de mim mesma, do meu sangue, da minha raíz. Dez meses se passaram e na sexta feira quando chegamos aqui na cidade onde minha irmã mora, reencontrei minha sobrinha. Já bem grande, bem diferente daquele bebezinho que só fazia dormir que eu havia conhecido no natal passado. Dessa vez, grandes olhos castanhos me olhavam com uma pergunta estampada neles: Quem é essa pessoa?
Ela olhava para mim e para minha irmã, talvez se perguntando quem era essa pessoa tão parecida com a mamãe (no momento minha irmã e eu temos a mesma cor e corte de cabelo), mas que nunca tinha visto antes. Sentei no carro ao seu lado e ela continuava me olhando com aqueles grandes olhos castanhos. Algumas vezes ela quis chorar, mas logo se acalmou. Por um momento, ela me tocou de leve, ainda me olhando com olhos assustados, mas retirou logo sua mãozinha delicada do meu braço. Ao chegar em casa, ela se sentiu mais confiante e começou a olhar para mim com olhos mais amigáveis. Olhava para mim e quando eu respondia, logo se escondia no pescoço da sua mãe. Ela não quis nem chegar perto do Tijs, pois ficou com medo da barba dele. Logo depois ela já veio no meu colo e começamos a construir um relacionamento de conhecimento mútuo. Ela me conhecendo e eu a conhecendo mais uma vez. 
Meu sobrinho, graças a Deus, dessa vez levou bem menos tempo para se acostumar conosco. Já dentro do carro estava muito animado, contando histórias e fazendo mil coisas para chamar a atenção. Mas no passado, ele também precisava de tempo para nos conhecer cada vez que vínhamos visitá-los.
Amo demais meus sobrinhos e para ser sincera, já estou com o coração partido pensando na hora de ir embora. Volto para minha realidade, minha escolha, meu chamado, mas um pedaço do meu coração fica aqui.
Fico imaginando como eles estarão quando os verei novamente. Será que teremos que nos conhecer de novo? Por mais que hoje a tecnologia ajude muito, nada substitui o dia a dia juntos, o olhar, o face a face, o toque. Quantas coisas eles aprenderão em um ano? Quantos momentos especiais perderei? Quanta saudade terei que suportar até poder abraçá-los de novo?
Para poder suportar a saudade preciso lembrar das promessas de Deus, do meu chamado, e ter a esperança de que nos veremos novamente daqui um ano e esperar que esse ano passe bem rápido!! 


Ano passado



Hoje







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