terça-feira, 2 de novembro de 2010

Auschwitz

Há alguns dias atrás vistamos o campo de concentração Auschwitz, que fica na Polônia. A viagem surgiu da iniciativa de algumas pessoas da igreja dos pais do Tijs, que já haviam visitado o campo. A experiência foi tão forte que surgiu o desejo de dar a oportunidade para outras pessoas terem a mesma experiência.
A Polônia não fica tão longe da Holanda, foram apenas 12 horas de viagem (mais perto que Belo Horizonte a Imbituva, minha cidade natal).
Saímos na quarta feira e voltamos no sábado. Para chegar à Polônia tivemos que atravessar a Alemanha, onde pegamos um engarrafamento tão grande que atrasou nossa viagem em umas 3 horas.
Ficamos hospedados em uma espécie de albergue de uma igraja americana, gerenciado por uma família polonesa. Tudo muito bem preparado para nós, quartos quentinhos, comida deliciosa, chuveiro bom, água quente... enfim, barato, mas aconchegante. Na primeira manhã enquanto tomávamos o café da manhã eu fui presenteada com a primeira neve da minha vida. Claro que foi bem "ralinha" mas mesmo assim valeu a pena!

A primeira coisa que visitamos foi o museu Auschwitz. No passado foi também o maior campo de extermínio da europa, inclusive foi nesse campo que foi usado pela primeira vez a "solução final", ou seja, a camara de gás. Logo depois visitamos o campo Auschwitz II Brikenau, onde tem os inúmeros alojamentos da época da guerra. A capacidade de pessoas nesse campo era de 100 mil ao mesmo tempo, mas é claro que os nazistas colocavam muito mais. As mulheres mais fracas, velhos e crianças chegavam lá e eram direcionados imediatamente para as cameras de gás, depois eram cremados e suas cinzas eram jogadas num lago dentro do próprio campo. As vezes tinha até "fila de espera"para as camaras de gás. Hoje restam apenas ruinas dessas camaras, pois quando a Alemanha sabia que perderia a guerra tentou destruir tudo numa tentativa de eliminar as provas dos crimes.
Nesse primeiro dia tivemos um guia nos explicando como tudo funcionava. Foi chocante e emocionante ouvir todas aquelas histórias horríveis.
O engraçado foi que eu perguntei para o guia, que é polonês, como a Polônia lidava hoje com a história e todo esse patrimônio histórico que eles tem em seu país. Ele respondeu que hoje eles consideram isso apenas história e que muitos jovens hoje não sabem direito o que realmente aconteceu. Eu achei isso um pouco triste.
No segundo dia visitamos os campo novamente, mas dessa vez sem o guia. Assim pudemos olhar tudo com mais calma.
Algumas pessoas me perguntaram como é estar num lugar desses e na verdade até agora não consegui achar uma resposta. Talvez eu ainda esteja processando tudo. O fato é que Auschwitz não é um lugar turístico e sim um lugar de reflexão. Não é um lugar que você vai para se divertir, mas um lugar que você vai para confrontar seu próprio lado mau e tentar aprender alguma coisa com a história.


0 reações: