sábado, 20 de novembro de 2010

Histórias de uma brasileira perdida na Holanda

Visitar um país diferente é sempre uma experiência única! Ouvir uma língua diferente, provar uma comida diferente, observar aspectos de uma cultura diferente. Tudo isso é bem empolgante. Mas nem tudo são flores... Você sente tanta saudade do seu país natal como nunca imaginou! Sua língua, sua comida, sua cultura, enfim, aquele mundo que você conhece. Talvez você não saiba muito bem como é a Holanda, por isso nesse texto quero contar um pouquinho sobre esse país maravilhoso, do meu ponto de vista. Uma brasileira, que não fala holandês, e morrendo de saudade da sua pátria!
Vamos comigo para a Holanda?
Nesse ano visitamos a Holanda no outono. Uma estação linda!!! As folhas das árvores mudam de cor antes de cair, criando uma explosão de amarelo, vermelho, marrom, laranja... Coisa que vi pela primeira vez na minha vida, já que não temos isso aqui no Brasil por ser um país tropical (abençoado por Deus e bonito por natureza, mas que beleza!). Tinha dias tão lindos que eu sentia vontade de cantar. Nessa época não é tão frio. Alguns dias até saí de casa sem jaqueta ou qualquer blusa de frio, apenas usando uma blusa sem mangas.
Na holanda é comum o uso de bicicletas para o transporte pessoal. Em qualquer lugar que você vá tem milhares de bicicletas. O que facilita muito é que a Holanda é totalmente plana!! Eu não conseguia acreditar nos meus olhos na primeira vez que eu vi isso. Parece que Deus quando criou a Holanda passou uma régua deixando o chão tão retinho quanto fosse possível. Na verdade eu tive a oportunidade de ver as "montanhas da Holanda"que você brasileiro, especialmente morador de Belo Horizonte, riria das "grandes montanhas da Holanda", que não passam de uns morrinhos tímidos. Mas o fato de todo o país ser plano tem sua beleza. Bem, voltando às bicicletas, tudo é tão planejado que existe ciclovia em todo o país, tendo até semáforos para os bicicleteiros de plantão. No domingo muitas pessoas não andam de bicicleta, pois as igrejas mais tradicionais pregam que não se pode fazer isso no dia do senhor. Então as pessoas vão à igreja a pé. Para mim andar de bicicleta foi muito bom... quando tinha sol! Teve um dia que eu comecei a chorar na rua, pois tínhamos que ir até a outra cidade de bicicleta (cerca de uns 13 km) e a tempereatura era de 4 graus, tínhamos um vento cotrária que quase derrubava a gente da bicicleta e uma chuva que penetrou até no âmago do meu ser! Teve um momento que eu não conseguia mais sentir minhas pernas, nem pedalar. Então desci da bicicleta e tentei andar. Tijs não sentia mais as mãos. Foi uma experiência, digamos, marcante, que me trouxe um novo respeito pelas pessoas que precisam ir para o trabalho ou escola todos os dias de bicicleta. Chova ou faça sol.
Outra coisa bem diferente é o almoço. Aqui no Brasil nós temos 2 refeições quentes, almoço e jantar. Mas na Holanda o almoço é pão. Isso mesmo, pão! Todos os dias. Eu tentava enganar a mim mesma tomando uma sopa, fritando um ovo, cozinhando uma salsicha, mas no final eu não aguentava mais. Ironicamente nosso primeiro jantar no Brasil foi pão! Dá para acreditar nisso??? Eu fiquei imaginado os holandeses que vêm para o Brasil e tem que passar pela mesma penúria comendo arroz e feijão todos os dias...
Agora, a língua. Essa é uma das partes mais difíceis. Tenta ir numa igreja onde você não sabe o que está acontecendo. Posso dizer que é uma experiência que você nunca vai esquecer. Nunca mesmo! Ainda bem que eu me viro com o inglês e posso conversar com a maioria das pessoas. Mas mesmo assim tive meus momentos que querer chorar e arrancar meus cabelos... O difícil é quando você tenta cozinhar e todas as instruções estão escritas em holandês. Você olha e olha, tenta entender alguma palavra, volta a ser uma criança de 4 anos de idade olhando as figuras e tentando entender o processo. Aí eu perguntava para o meu marido como preparava tal alimento. Ele dava uma olhada nas instruções e como um bom entendedor de holandês (já que é sua primeira língua) e não entendedor de cozinhar, ele simplesmente dizia: "Ah, é só jogar na panela!" Até agora não tenho certeza se cozinhei tudo certo. Fiz tudo por "intuição de cozinheira". O fato é que emagreci na Holanda. Aguém quer adivinhar porque???
O fato é que com tudo você aprende. Eu aprendi a admirar o estilo de vida holandês que não é mole, não. E aprendi acima de tudo a amar mais ainda meu próprio país e suas cores, seus pássaros, seu sol lindo, sua comida maravilhosa, seu povo alegre e tudo que há de maravilhoso aqui. É claro que ue não fecho os olhos para os problemas que temos aqui, mas apesar de tudo:
NÃO EXISTE LUGAR COMO O BRASIL!!!!!!!!

                                   Fazendo compras de bicicleta. Um desafio.

                              Esperando a chuva passar debaixo do viaduto.


Chegada do Siterklaas. Uma espécie de papai noel, mas que vem antes do natal. Não tem relação nenhuma com o papai noel do Brasil e não tem nada a ver com o natal. É uma tradição muito importante na Holanda.

A região onde ficamos tem muitas plantações de milho, fazendas, animais e muitas vacas holandesas que lá eles chamam apenas de vaca (como muita gente me fez essa piadinha nos últimos 4 anos!)

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