quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Um velhinho sem nome,em uma praça sem nome,de uma favela sem nome


Na segunda feira aocnteceu algo que me tocou profundamente e gostaria de compartilhar com todos.

Eu estava dentro do ônibus que chamamos amarelinho que percorre toda a favela e quando ônibus parou no ponto que fica na praça principal da favela, me chamou a atenção um senhor de aproximadamente 70 anos, sentado no banco da praça. Debaixo de um calor escaldante ele usava uma calça de moletom azul e uma blusa de lã cinza. Seu cabelo, mesmo escondido debaixo de um boné encardido com uma bandeira do Brasil, estava grudado na cabeça por causa do suor e falta de banho. De repente ele olhou para mim e me sorriu um sorriso banguela por trás de uma barba que há meses não era feita. Foi um dos sorrisos mais doces que eu já vi, quase ingênuo. E ao mesmo tempo em que ele me sorria, estendia para mim um pote velho de sorvete em que deram para ele alguma comida. Dentro havia o prato típico do Brasil, arroz e feijão. Ele estendeu isso para mim e disse: “vamo”? Eu sorri de volta de dentro do ônibus e disse: “não, muito obrigada!”
Mal tive tempo de terminar a sentença e o ônibus já estava partindo de novo pelas ruas estreitas e barulhentas da favela, mas o velhinho com seu pote de arroz e feijão não saiu mais da minha mente. Como pode uma pessoa, no máximo da sua pobreza, oferecer a única coisa que tinha talvez sua única refeição naquele, dia para uma estranha dentro de um ônibus?
Talvez a intenção daquele velhinho castigado pelos anos e pela vida difícil, era apenas compartilhar sua comida, mas me ensinou uma das maiores lições da minha vida e me mostrou Jesus da forma mais pura e perfeita.
Que Deus possa nos ajudar a ter um coração como o desse velhinho sem nome, em uma praça sem nome, de uma favela sem nome.

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