Temos tantas teorias de como deveríamos ajudar as pessoas. Muitas vezes você pode até se confundir, pois um fala uma coisa, o outro fala algo completamente diferente do primeiro. Alguns acham que devemos distribuir cestas básicas, outros pensam que devemos oferecer oficinas profissionalizantes e há ainda aqueles que dizem que devemos apenas evangelizar e falar de Jesus. Dividem o ser humano em áreas que devemos ajudá-los a desenvolver: físico, espiritual, intelectual, social e emocional (muitas vezes até dividem em mais algumas áreas). Existem bons livros que nos ensinam grandes coisas sobre a área social. Temos inúmeras teorias sobre a pobreza, sejam elas teorias políticas, filosóficas, teológicas ... Esse pode ser um assunto a ser estudado pela vida inteira! Mas algo que sempre me incomodou foi o choque com a realidade. Qaundo nos deparamos com a pobreza nua e crua, a coisa muda de figura. Não me entenda mal, sou grande incentivadora da busca por conhecimento, inclusive juntamente com meu marido, organizo anulamente um curso para treinar pessoas para trabalharem com desenvolvimento comunitário. Também não quero dizer que uma teoria está correta e as outras estão erradas, esse não é o ponto aqui. Apenas quero ressaltar a realidade da vida das pessoas com as quais trabalhamos.
Muitas vezes quando visito uma casa aqui na comunidade penso:"Uau! Como essa pessoa vive essa vida 24/7??" Já visitei casas em que o telhado parecia uma peneira de tantos buracos que tinha, paredes feitas de lona, papelão, pedaços de madeiras e coisas do tipo e um chão de terra. Normalmente a situação da família não é das mais fáceis: doenças (sem acesso a um tratamento de qualidade), vícios, falta de comida, péssima educação e trabalho muito duro. Muitas vezes eu pensei: "Para mim é apenas uma tarde de visitas, para eles é a vida que vivem." Nessas horas nossas teorias, discussões, argumentos, grandes idéias e ideologias ruem e caem no chão. Você já viu a pobreza? Já cheirou a pobreza? Já sentiu a pobreza? Depois da primeira vez que você a vê, cheira e sente, fica difícil esquecê-la e continuar vivendo a vida como se nada estivesse acontecendo.
O fato é que Deus tem um lugar para cada uma dessas pessoas no Seu Reino. Poderíamos definir desevolvimento comunitário como: apontar (ou sinalizar) o Reino de Deus para essas pessoas - o que não é a tarefa mais fácil desse mundo. O desafio de se trabalhar com desenvolvimento comunitário é andar equilibrado entre as grandes teorias e a realidade da vida dessas pessoas, afinal trabalhamos com pessoas e não fantoches ou bonequinhos. Suas dores, seus problemas e suas vidas são
reais!
Tem um vídeo que sempre me impressiona muito chamado: Jonas e Lisa. Gostaria que você assistisse a esse vídeo e refletisse sobre a vida dessas pessoas. Tente imaginá-los reiais, pois apesar de serem desenho conheço vários Jonas e várias Lisas. O que você poderia fazer para sinalizar o Reino de Deus na vida deles? O que seria o Reino de Deus na vida deles? O Que você faria numa situaçõa dessas? Me responda, por favor.
2 reações:
Fiquei muito tocada com esse vídeo. Ainda mais sabendo que é nossa realidade nua e crua. Isso acontece todos os dias né Kelly.
Bem, não tenho nenhuma super resposta. Mas sabemos que o Reino de Deus precisa chegar naquela casa. Talvez começaríamos com quem nos encontrássemos primeiro dessa família, mas com certeza, seria precioso se o evangelho chegasse na mãe e principalmente no pai (padrasto). Teoria à parte, podemos começar orando. A primeira prática que temos em mãos. Logo então, Deus nos dará os próximos passos, cada um fazendo o que Deus direcionar, no momento que Ele der a cada um que se colocar à disposição no Seu Reino. ALGUÉM suprindo o garoto, dando roupas, comida, ajuda... OUTRO consolando a mãe com relação à saída do filhinho de casa, e tudo o mais, OUTRA PESSOA chegando ao padrasto (talvez até denunciá-lo, se for a direção de Deus)... E assim, CADA membro do Corpo de Cristo desempenhando seu papel específico, manifestando assim a multiforme graça de Deus na vida dessa família.
Não podemos fazer nada sozinhos, precisamos de Deus, é claro, mas TAMBÉM da cooperação UNS DOS OUTROS.
Na frente de qual pessoa dessa família Deus vai me colocar hoje?
Não sei, mas desejo trabalhar, fazendo o papel que o Rei me der pra fazer, para o avanço de Seu Reino.
Um abraço Kelly. Saudades de vcs.
OI Pérola! Saudade de você menina!! A primeira vez que assisti esse vídeo foi como um soco na minha cara. Nossa, fiquei vários dias pensando. Acredito que não tenha uma resposta correta. Cada pessoa iria trabalhar de uma maneira diferente. O importante é pensarmos que a pobreza é real e não apenas um número, uma estatística num papel. E quando lidamos/trabalhamos com pessoas, precisamos primeiro ter isso em mente: elas são pessoas, não estatísticas ou uma história que você leu em um livro.
Mas é isso aí.
Abração para você e Deus te abençoe nessa nova caminhada.
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